Esse é o Gabriel, filho do Maurin. Ele cresceu em um quintal com todas as plantas do cerrado, e me mostrou as mais úteis. A planta-chiclete é a erva doce dos adultos e a planta-pum deveria se chamar assim mesmo.
Nossa primeira conversa comecou com “Qual seu animal preferido?” e ele seguiu pouco interessado no meu nome.
Desenhou, de bic azul, a menina Lila que mostra a língua no meu braço. Não me esqueci dele, pudera, a tal da Lila demorou 3 dias pra sair.
Fui visitá-lo com “Gabriel, qual sua cor preferida?” E ele pensou, pensou e disse não saber já que era sempre ele que fazia essas perguntas.
E esse é o Maurin, pai do Gabriel. Sua casa fica na rua da Casa de Cultura de São Jorge e no caminho do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Ele é responsável pela identificação da flora do parque e decorei alguns nomes daquelas plaquinhas, antes mesmo de conhecê-lo. Quem ensinou o Maurin sobre as plantas do cerrado foi um Raizeiro e no convívio constante desvendou os mistérios das garrafadas e de todo tipo de remédio natural. Seu quintal pode ser identificado facilmente pelo Google Maps como um ponto verde intenso. Fez um sistema de irrigação super inteligente como as coisas que ele faz. Gabriel agora insistia em fazer tinta. Maurin preparou uma fogueira para a alquimia e seu filho se lambusou sem culpa de urucum morno na cara.