“Foi meu avô que me ensinou a fazer o Ftira, é uma parte da nossa cultura que não existe em nenhum outro lugar do mundo”, conta Nicholas Sammut.
Nicholas Sammut (23) assumiu uma das padarias mais tradicionais de Malta, a Carmelo Micallef, fundada por seu avô em 1967.
Apenas uma faixa com fotos da família indicam que, naquela casa, igual a tantas outras da cidade de Tas-Sliema, ao lado da capital Valetta, saem Ftiras quentinhos desde as primeiras horas da manhã.
A padaria não tem website, muito menos redes sociais. Assim mesmo, clientes fiéis guiados pelo aroma das fornadas não param de chegar.
O ambiente da padaria é quente e dominado por homens experientes com mais idade que Nicholas. O calor vem do fogo que nunca se apaga dentro dos fornos a lenha que já eram utilizados em Malta há 500 anos.
“Neste trabalho temos muita dedicação, faz muito calor no verão e trabalhamos todos os dias, de segunda a domingo”, conta o jovem padeiro.
A massa do Ftira não tem muito segredo: farinha, fermento, água e sal. Mas a diferença principal está em seu tempo de cozimento, apenas 20 minutos no forno de alta temperatura. O que resulta ser três vezes mais rápido que o cozimento de um pão maltês comum.