Enquanto cientistas procuram por um sinal de água na Lua, os habitantes de uma pequena vila da Chapada dos Veadeiros, guardam o segredo no quintal.
Fui ao misterioso Vale da Lua com a minha primeira amiga da viagem, Gabriela. Ela tem mais ou menos a minha idade e foi para a Chapada encontrar a Ludmilla, que foi encontrar o Prem Baba.
Desembarcamos do mesmo avião por motivos parecidos. A Gabi estava em uma fase muito bonita de se jogar no mundo, depois de cansar do mercado publicitário paulistano. Ela ficou no Ashram, e eu, no Camping.
Nos encontramos depois de quatro dias. Ela me contou dos vários Satsangs do Prem Baba que participou e eu falei das cachoeiras e das pessoas.
No final da trilha, um imenso vale cinza, perfeito para uma locação do Spielberg, calou nossa voz. As pessoas estavam agora pequenas como formigas e o chão, áspero e ondulado como a superfície lunar.
A primeira amostra de água era verde e cristalina. Vida, provavelmente não tem. Descobri depois de mergulhar de cabeça, sem razão aparente, em um dia com pouco sol. Degelamos e voltamos pela estrada.
A tal da lua, original, apareceu antes mesmo de ser noite. Cheia, branca, inteira.