Os segredos revelados da Ribeira Sacra desde os seus viticultores e a história dos seus povos até ao inigualável sabor do interior da Galícia.
Pouco conhecida, inclusive, pelos próprios galegos, a região de Ribeira Sacra guarda sua essência como poucos destinos de Espanha. A sua complexa orografia, o isolamento das suas localidades e a sua relação com a sua cultura e os seus costumes fazem com que, para além dos postais heróicos e dos seus mosteiros esgotados, esta região da Galiza seja um segredo. Esta é uma viagem por esta parte do Minho onde os sabores, as aldeias e as tradições ainda são muito autênticas.
Antes das estradas, o rio Minho era a via mais importante para o comércio entre povos. Atualmente, navegar pelas águas que serpenteiam entre estas montanhas é uma experiência muito recomendável. A rota parte da Quinta Sacra, com navios guiados por Luisa Rubines, que voltou de Londres para a Galiza para apresentar sua terra através de um olhar sustentável.
“Já em pequena ia ajudar a minha família a trabalhar os vinhedos. Mas o rio abaixo é outra perspectiva, descobri um mundo.” conta Luisa Rubines, a Viagens National Geographic.
Nos primeiros compassos da tarde, a névoa oculta as casinhas dos viticultores para revelar, finalmente, florestas surrealistas que ganham vida com a invasão outonal de amarelo, laranja e vermelho.
Ribeira Sacra é conhecida por sua viticultura heróica, condicionada pelo esforço brutal de cultivar a videira nesta topografia. Segundo o CERVIM, o organismo internacional fundado para salvaguardar a viticultura heróica, este tipo de cultivo é característico em zonas de montanha, em forte declive ou das pequenas ilhas. Além disso, há que acrescentar que a vindima deve ser manual, a fim de incentivar a conservação do ambiente, do tecido social e da paisagem. Aqui o mais complexo não é a venda
Ribeira Sacra é conhecida por sua viticultura heróica, condicionada pelo esforço brutal de cultivar a videira nesta topografia. Segundo o CERVIM, o organismo internacional fundado para salvaguardar a viticultura heróica, este tipo de cultivo é característico em zonas de montanha, em forte declive ou das pequenas ilhas. Além disso, há que acrescentar que a vindima deve ser manual, a fim de incentivar a conservação do ambiente, do tecido social e da paisagem. Aqui o mais complexo não é a vindima à mão ou a poda com vistas vertiginosas. O que realmente dificultoso é a transferência da uva já colhida, quando rodoviários sobem as montanhas com cestos de uvas de até 20 quilos em terrenos cujos desníveis superam 30% de declínio.
Estas terras no interior galego são rochosas, o que faz com que as raízes sejam também heróicas que, numa performance natural, vão retorcendo-se como podem até que encontrem algo para enganchar-se. Esta luta pela vida é percebida nos toques minerais que destacam os vinhos da região.
O Parador Monforte De Lemos foi construído no conjunto monumental do Mosteiro de San Vicente do Pino. Sua localização o converte em uma opção concreta de hospedagem em Ribera Sacra, mas são os frescos, as esculturas pelos corredores e toda sua história que confirmam que o desvio valha a pena.
Os quartos são de pedra, mas as espessas cortinas de veludo e tapetes dão um ar acolhedor e medieval para a estadia. As ruínas do palácio dos Condes de Lemos e a Torre da Homenagem adquirem um toque especial com a neblina típica destas latitudes enquanto as árvores ao redor colocam sua parte na fotogenia do cenário. Este é um dos hotéis da rede estatal Paradores, que além de mosteiros, também transformou castelos, hospitais de peregrinos e até palácios árabes em hospedagem.