Já ouviu falar no Shochu? Essa bebida tradicional japonesa que rivaliza em popularidade com o saquê é uma febre nos principais bares de Tóquio e, aos poucos, está chegando no Brasil.
Com teor alcoólico entre 25% e 30%, o shochu (xô-tchu) é apreciado por seu sabor delicado e versátil. Enquanto o saquê é feito de arroz, água e kōji; o shochu pode levar diversos ingredientes como cevada (mugi), batata-doce (imo) e trigo sarraceno (soba). Outra diferença é que ao contrário do saquê, que é fermentado, o shochu passa pelo processo de destilação, resultando em um perfil complexo e concentrado.
Shochu da Iichiko/Facebook
O Japão abriga centenas de destilarias especializadas em shochu, cada uma com métodos e receitas tão diversos quanto as paisagens do país. As destilarias de Miyazaki, Kagoshima e Kumamoto são famosas por criarem algumas das variedades mais icônicas, como o imo shochu, feito com batata-doce, que possui um sabor terroso e marcante. Além disso, as destilarias se destacam pela utilização de ingredientes locais e processos sustentáveis, alinhando tradição e inovação.
O shochu está chegando no Brasil e é incrivelmente versátil. Pode ser bebido puro, com gelo (rokku), diluído em água quente (oyuwari), água fria (mizuwari) ou mesmo misturado em coquetéis. A combinação ideal dependerá da variedade escolhida e da ocasião, mas uma coisa é certa: sempre é uma experiência para os sentidos.
Virtu Bar, um dos melhores pela Conde Nast Traveller, em Shibuya, Toquio, foto cortesia acervo Virtu Bar
Tóquio, a vibrante capital japonesa, oferece uma rica seleção de bares especializados em coquetelaria e na experiência com shochu. Aqui estão algumas sugestões baseadas em locais icônicos da cidade:
Thiago Bañares e sua equipe do Tan Tan Bar, em São Paulo
No Brasil, especialmente em São Paulo, a coquetelaria japonesa vem ganhando espaço com o uso de ingredientes como yuzu, shissô, umeboshi e shochu. Essa tendência se reflete na criação de drinques mais minimalistas, que combinam poucos elementos para criar sabores complexos e sofisticados.
Bares como o Shiro Cocktail Bar, no bairro Cerqueira César, têm atraído atenção com suas receitas autorais, como o “Su com Cumaru”, que mistura cachaça branca, matchá, schrub de cumaru e vinagre japonês. O ambiente íntimo e com apenas dez lugares garante uma experiência exclusiva.
Já o The Punch Bar, próximo à avenida Paulista, segue o conceito de “omotenashi”, ou hospitalidade japonesa, oferecendo coquetéis personalizados de acordo com o gosto dos clientes. Um dos destaques é o “Kuro Bune”, que leva bourbon, vermute rosso, umeshu e shochu.
O Tan Tan, premiado como o melhor bar brasileiro pelo 50 Best, também explora ingredientes japoneses como yuzu e umeboshi. A conserva de ameixa ume, por exemplo, aparece no drinque “Koreisha”, junto com tequila, vodca, licor de cereja e limão.
Esses bares, além de trazerem a tradição japonesa, também ajudam a popularizar o uso de destilados como o shochu em coquetéis autorais, promovendo uma experiência autêntica e inovadora.