Viagem com pet: 7 erros que tutores cometem segundo especialistas

Viajar já não significa, para muitos viajantes, deixar um membro querido para trás e oscilar entre saudade e diversão. Cada vez mais, os tutores descobrem o prazer de viajar com pet em suas experiências mundo afora.

O movimento é tão forte que os números do turismo pet friendly indicam um crescimento em ritmo acelerado. De acordo com o Pet Friendly Hotel Market Report 2024–2028, o mercado global de hotéis que recebem animais saltou de US$ 3,66 bilhões em 2023 para US$ 4,1 bilhões em 2024. O mesmo indicador prevê o alcance de US$ 6,55 bilhões em 2028.

Apesar do crescimento do turismo pet friendly e dos avanços na infraestrutura de transportes, destinos e hospedagens, muitos tutores ainda têm dúvidas sobre como se preparar para viajar com seus animais. Essa falta de planejamento pode levar a deslizes que comprometem a experiência de toda a família, inclusive a do pet. Por isso, reunimos abaixo alguns dos erros mais comuns cometidos por tutores em viagens, apontados pela médica veterinária Camilla Lacerda e pelo adestrador Ronny Wong.

Escolher o destino pensando apenas na experiência do tutor

De acordo com o adestrador Ronny Wong, um dos maiores erros ao viajar com pet é decidir a viagem apenas pelo interesse humano. Ao não considerar se o animal está preparado física e emocionalmente, ele reforça que uma péssima experiência para o cachorro. Isso pode, inclusive, comprometer o comportamento dele, gerar reatividade, mesmo que ele seja tranquilo no dia a dia.

Imagem: Reprodução/Unsplash

Não checar se o destino e hospedagem é realmente pet friendly

Segundo o adestrador, muitos tutores confiam na propaganda dos hotéis e destinos, e em indicações de influenciadores. No entanto, não verificam se o espaço realmente é adaptado para animais. Um local que falta sombra, com excesso de pessoas ou regras rígidas que limitam a circulação do pet pode gerar situações de desconforto. Além disso, é importante observar se há segurança e apoio, ou pelo menos acesso, veterinário.

Confira também: Turismo Pet Friendly: 5 dicas para planejar ferias seguras e divertidas com seu pet 

Ignorar as doenças endêmicas da região

Após decidir o destino, a veterinária Camilla Lacerda alerta que é essencial verificar se há ocorrências de doenças endêmicas na região, como doença do carrapato, leishmaniose e dirofilariose, conhecida como “doença do verme do coração”. Isso porque não providenciar vacinas, coleiras repelentes ou prevenção adequada contra pulgas e carrapatos é um erro comum ao viajar com pet que pode comprometer muito a saúde do animal, e se tratar de zoonoses, até mesmo do tutor.

Não levar o kit de cuidados e de primeiros socorros para a viagem com pet

Tanto o adestrador quanto a veterinária reforçam que muitos tutores esquecem de cuidados básicos de segurança, como transportar o pet preso com cinto ou cadeirinha no carro, usar plaquinha de identificação e aplicar protetor solar em áreas expostas.

Além disso, segundo eles, também é um grande erro viajar sem um kit de primeiros socorros. Há itens que o tutor já pode garantir por conta própria no kit, como carvão ativado para casos de intoxicação, antinauseantes, analgésicos, gaze e soro fisiológico, mas melhor forma de montar esse kit de forma completa e que atenda as necessidades do seu pet é consultando um veterinário de confiança.

Imagem: Reprodução/Unsplash

Não preparar o cão para novos ambientes e situações

Ronny Wong explica que um dos maiores erros dos tutores é não adestrar o pet e depois cobrar dele coisas que nem ensinaram, como obediência, silêncio e respeito ao espaço alheio. Segundo o especialista, não existe “treinamento rápido” para viajar: o ideal é iniciar um processo de dessensibilização gradual, acostumando o cão a sons, movimentos e novas pessoas. A falta dessa preparação pode deixar o pet ansioso, medroso ou reativo durante a viagem.

Viajar sem checar a localização de veterinários de emergência

Ambos especialistas também destacaram a importância de saber previamente onde ficam clínicas 24h ou profissionais de confiança no destino. Além disso, manter um contato de um veterinário de confiança para emergências é sempre prudente. Muitos tutores não fazem essa pesquisa e, em caso de imprevistos, perdem tempo precioso para socorrer o pet.

Imagem: Reprodução/Unsplash

Subestimar a importância da guia e do controle do animal 

Por fim, o adestrador Ronny Wong alerta que soltar o pet em locais públicos ou não usar guia é um erro grave. Além de colocar o animal em risco, pode causar acidentes ou situações de reatividade, já que nem todas as pessoas e animais estão preparados para interações inesperadas.

Viajar com pet com atenção, preparo e respeito às necessidades do animal garante que a viagem se transforme em uma experiência muito mais agradável para todos envolvidos.

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