
A Serra Gaúcha se prepara para receber um empreendimento que, antes mesmo da inauguração, já vem reconfigurando o turismo local. O Kempinski Laje de Pedra será o primeiro hotel da tradicional rede alemã Kempinski na América do Sul, com abertura prevista para 2027.
Com foco na revitalização e requalificação do histórico Hotel Laje de Pedra, o projeto se consolida como um dos maiores empreendimentos de retrofit hoteleiro do país.
Liderado pelos sócios José Ernesto Marino Neto, responsável pela área de hotelaria e turismo, e José Paim, à frente do desenvolvimento imobiliário, o Kempinski Laje de Pedra representa um marco para o turismo de luxo no Brasil ao romper com o eixo tradicional Rio–São Paulo e reposicionar o Sul do país no radar global da hotelaria de alto padrão.
O empreendimento reúne hotelaria seis estrelas, residências de luxo, experiências imersivas na natureza e um robusto plano de impacto econômico e urbano para a região.
Segundo Marino Neto, a escolha da Serra Gaúcha não partiu de uma decisão geográfica isolada, mas do potencial singular do ativo adquirido. Para ele, um dos princípios fundamentais de um empreendimento de alto luxo é o risco zero de interferências que comprometam a experiência do hóspede.
Por esse motivo, o imóvel era ideal para a proposta, já que está inserido em uma área exclusiva, cercado por um condomínio fechado com mais de 470 residências, considerado um dos mais sofisticados do Sul do Brasil, além de contar com vista direta para o Vale do Quilombo, uma das paisagens naturais mais preservadas da Serra Gaúcha.

Piscina interna com vista para o Vale do Quilombo, no Kempinski Laje de Pedra, em Canela (RS). Imagem: Divulgação KLP
O projeto também reforça o compromisso de não apenas importar um modelo estrangeiro, mas aprimorar a infraestrutura existente valorizando a identidade local. Durante décadas, o Laje de Pedra foi considerado um dos melhores hotéis do Brasil e, por muito tempo, o único hotel cinco estrelas do Rio Grande do Sul. Sendo assim, essa trajetória construiu uma relação emocional profunda com o público local e regional.
“O hotel acumulou memórias afetivas dos gaúchos, catarinenses e paranaenses. Ele já ocupava o topo da hotelaria brasileira no passado, e isso traz legitimidade ao projeto”, afirma Marino Neto. Sobretudo, a herança histórica foi decisiva para convencer a rede Kempinski a apostar em um destino fora do circuito tradicional. Segundo o executivo, a resposta inicial da rede foi clara: caso viesse ao Brasil, o destino natural seria São Paulo. “Quando mostramos a paisagem, a cultura, a história e a força econômica da região, a conversa mudou completamente.”, explica o sócio gestor.
Somando a isso, a proposta arquitetônica preserva os traços modernistas originais do edifício, especialmente os arcos característicos da época em que foi construído, integrando-os a uma linguagem contemporânea. Ademais, nos interiores, segundo Marino Neto, o projeto valoriza materiais regionais como madeira, basalto, couro e lã, reforçando a identidade cultural da Serra Gaúcha. O desenvolvimento conta com três grandes escritórios de arquitetura e interiores, incluindo o de Patricia Anastassiadis, referência internacional em hotelaria de luxo.

Ao todo, três escritórios de Arquitetura trabalham no projeto do Kempinski Laje de Pedra, incluindo Patrícia Anastassiadis. Imagem: Divulgação KLP
O Kempinski Laje de Pedra contará com uma estrutura ampla e diversificada, posicionando-se como referência em hotelaria de luxo no Brasil. Sendo assim, entre os principais destaques estão:

Piscina externa, Kempinski Laje de Pedra, na Serra Gaúcha. Imagem: Divulgação KLP
Vale destacar também que a gastronomia será um dos grandes pilares da experiência oferecida pelo empreendimento. O complexo contará com mais de dez bares e restaurantes, priorizando diferentes momentos de consumo e perfis de hóspedes. Entre os destaques estão o restaurante 1835 Carne e Brasa, restaurante de especialidades com rotação de chefs internacionais estrelados pela Michelin, restaurante principal com variedade de cardápio internacional e opção de cozinha Kosher, Wine Bar, Sports & Lounge Bar com jogos e pistas de boliche, Berthold Delikatessen com delícias alemãs e Roof top Bar com drinks autorais e atrações musicais.
Antes mesmo de abrir as portas, o Kempinski Laje de Pedra já impacta transformações estruturais na região. Isso porque, nas palavras de Marino Neto, “não adianta fazer um negócio de luxo onde não existe equilíbrio socioeconômico”, e a Serra Gaúcha foi escolhida justamente por reunir prosperidade, pleno emprego e crescimento consistente.
Um dos projetos mais estratégicos do empreendimento é a implantação de um aeroporto regional em Canela, localizado a menos de 1 km da entrada do hotel. A previsão é que, a partir de 2027, o terminal passe a receber voos comerciais, ampliando o acesso de turistas brasileiros e internacionais. Portanto, há uma significativa evolução no acesso ao destino e permite que Canela entre na rota de quem já visita o Brasil por São Paulo ou outros grandes hubs, explica o sócio-gestor.
Para completar o investimento robusto não apenas no projeto mas na vida local, o empreendimento deverá gerar cerca de mil empregos diretos em uma cidade com aproximadamente 48 mil habitantes. Para atender a essa demanda, foi criado um núcleo de hospitalidade voltado à formação e qualificação de profissionais locais.

Em entrevista para o Sola no Mundo, o sócio-gestor José Ernesto Marino Neto explica como o Kempinski Laje de Pedra reposiciona o Sul do Brasil no turismo de luxo global. Imagem: Divulgação KLP
Isso porque, para o executivo, luxo é, sobretudo, serviço. Por isso, o projeto inclui um amplo programa de capacitação de colaboradores, com treinamentos intensivos, ensino de idiomas e preparação para atender aos padrões internacionais da rede Kempinski. “Prestação de serviço de excelência é atemporal. Estamos formando pessoas para entregar um padrão internacional de hospitalidade.”
“Depois do anúncio do Kempinski Laje de Pedra, o mercado internacional passou a perguntar: onde fica Canela?”, reflete Marino Neto. De acordo com o executivo, desde o início do empreendimento, o mercado internacional passou a olhar com mais atenção para a região.

Kempinski Laje de Pedra será um dos maiores empreendimentos de retrofit hoteleiro do país. Imagem: Divulgação KLP
“Nossa iniciativa elevou a régua de investimentos, produtos e serviços. A Serra Gaúcha está deixando de ser apenas um destino de classe média para se consolidar como um destino de alto padrão”, conclui.
Com inauguração prevista para 2027, geração expressiva de empregos, avanços na infraestrutura, como a construção do aeroporto regional, e a atenção crescente do mercado internacional, o Kempinski Laje de Pedra promete não apenas redefinir a hotelaria de luxo no Brasil, mas inaugurar uma nova fase para o turismo da Serra Gaúcha