Milho crioulo, canjica, feijão com ervas, peixe na folha, frutas e “kavure” – o pão na vareta – são ingredientes da culinária Guarani que podem ser provados em um almoço especial a menos de 1h30 do centro de São Paulo.
Os ingredientes são nativos, colhidos na hora e variam conforme a estação – atributos que você já deve ter ouvido em restaurantes renomados por aí. Mas o conceito “farm to table” se converte em “da roça para a mesa” dentro da Terra Indígena Tenondé Porã, onde o milho é tão colorido quanto os desenhos de seus artesanatos.
Localizada no extremo sul de São Paulo, a extensão da Tenondé Porã é de aproximadamente 15.969 hectares, abrangendo parte dos municípios de Mongaguá, São Bernardo do Campo e São Vicente.
Este território rico em biodiversidade é lar do povo Guarani Mbya, que assim como outros povos da floresta, representa quando o assunto é a conservação da Mata Atlântica. São mais 2.000 pessoas em cerca de 14 aldeias, as chamadas “tekoas”, que são organizadas com um conselho de lideranças – 12 de 22 são mulheres.
Durante a visita, que normalmente acontece em um sábado ou domingo, é possível perceber que o cerne da experiência não está em ponto turístico algum, mas sim no “nhandereko” – o modo de ser do povo Guarani Mbya.
O roteiro muda de acordo com a rotina da aldeia, mas as atividades que normalmente são oferecidas envolvem: roda de conversa com lideranças indígenas, visita para conhecer o sistema de cultivo agroflorestal, coral infantil Guarani, exposição e venda de artesanatos e experiências na Casa de Rezas.
Todas as atividades no Território Indígena devem respeitar o Manual de Conduta definido no Plano de Visitação, documento desenvolvido pelo povo Guarani que contém as diretrizes e orientações necessárias para uma boa visita.
A jornalista foi convidada para a experiência pela Vivalá – Turismo Sustentável no Brasil.