Com uma trajetória marcada pela união entre a gastronomia e a ajuda humanitária, o chef espanhol André Torres foi proclamado vencedor do Prêmio Mundial de Culinária Basca 2024. Em sua 9ª edição, a premiação coloca um holofote em projetos que destacam áreas como a segurança alimentar, ajuda humanitária e sustentabilidade por meio da gastronomia.
Fundador e presidente da ONG Global Humanitaria, Torres trabalha incansavelmente para garantir alimentação e direitos básicos a crianças em dez países, além de liderar intervenções de emergência em zonas de guerra e desastres. Seu restaurante, Casa Nova, em Barcelona, é um exemplo de práticas sustentáveis, utilizando conhecimentos adquiridos nas comunidades onde a ONG atua.
Agraciado com uma Estrela Verde Michelin, o estabelecimento do chef garante que parte dos lucros seja revertido para financiar a Global Humanitaria, demonstrando como a gastronomia pode ser uma ferramenta poderosa para mudanças sociais. “Estou muito feliz e me sinto realmente honrado por ter recebido o Prêmio Mundial de Culinária Basca. Para mim, depois de mais de 25 anos realizando projetos solidários, o ‘Nobel da gastronomia’ só reforça minha crença de que, com persistência e união de forças, é possível mudar as coisas”, disse Torres ao receber o prêmio.
Além de Torres, a edição de 2024 do Prêmio Mundial de Culinária Basca destacou o trabalho de outros dois chefs com menções honrosas. A chef Gisela Medina, da Argentina, foi reconhecida por seu esforço em valorizar a culinária ancestral da cidade de Mburucuyá, província de Corrientes.
Medina criou a Rede de Cozinheiros Iberá, capacitando 80 cozinheiros, a maioria mulheres, para oferecer pratos típicos aos turistas, promovendo o desenvolvimento econômico e a integração cultural na região. Seu trabalho demonstra como a gastronomia pode ser um motor de desenvolvimento comunitário e um resgate da identidade cultural.
Conhecido como o “chef do mar”, Ángel León também recebeu uma menção honrosa por suas inovações sustentáveis na culinária marinha. Com três estrelas Michelin, o espanhol explora as possibilidades do oceano como despensa gastronômica com o propósito de promover a conservação e recuperação de áreas degradadas na Baía de Cádiz.
Sua pesquisa e desenvolvimento no Aponiente destacam o potencial de aplicações culinárias inexploradas, colaborando com universidades e entidades para transformar descobertas em pratos que exaltam a biodiversidade marinha. León está na vanguarda da sustentabilidade, utilizando ingredientes inovadores como plâncton marinho e zostera, mostrando o poder transformador da gastronomia.